Eu tive medo , eu tive dúvidas sim ( como todo ser humano acuado ), eu me enchi de armas pra tentar passar por cima das palavras que nunca saíram da minha boca e confesso que de uma raiva necessária pra exorcizar todos os fantasmas maldosos, fantasmas invejosos , fantasmas mentirosos que ousaram tentar invadir a minha alma , a minha vida e a vida do meu filho.Nos instantes que a gente mais precisa é que se reconhece os amigos e os inimigos.

Foi a maternidade que me fez ter a certeza da força escondida que existia dentro de mim ( essa força que também habita qualquer pessoa sem ela se dê conta disto ).

Todas as vezes que eu me sinto fraca eu olho pro meu filho.Todas as vezes que eu pensei em desistir de alguma coisa ,foi pra ele que eu olhei até perceber que os problemas do mundo ficam pequenos perto do que temos um pelo outro e que é o grande motivo de superação pra qualquer obstáculo.

Todo aquele blá bla bla que insistem em nos dizer, é verdade !.A gente não aprende nada sobre ser mãe enquanto é filho.Assim como a gente não aprende nada sobre o amor se não houver a vontade sincera de se doar ao outro (mãe, pai, amigo, filho, irmão ).

Não é fácil ser mãe ( e/ou pai).Não é fácil exercitar a paciência , educar, dar a mão , acompanhar as mudanças diante de um mundo cada vez mais complicado,violento, egoísta, miserável e doente.Não é fácil trocar a comodidade da omissão pela Missão de ser parte essencial da vida de alguém, ser exemplo, ser a ponte que conduz.O amor exige uma boa dose disposição até ao que parece improvável e capacidade de fazer concessões.

Quando uma mulher diz que não há como mensurar o tamanho de amor que sente pelo seu filho , não há sequer uma dose de exagero nisto ( nem mesmo em mim que sou exagerada por natureza ).
A vida em dois capítulos : antes e depois de um filho.O mundo nunca será como antes, a visão que eu tenho dos outros mudou imensamente, a percepção que eu tenho sobre mim não tem absolutamente nada da que eu tinha antes de ser mãe.As coisa mudaram de valor , a importância das coisas passou a ser sentida sob outros critérios.Alguns medos cresceram, outros diminuíram.
A maternidade não se resume ao que vai de dentro para o outro ou pelo outro.O meu filho está sempre me mostrando coisas novas e me fazendo sair do meu mundo as vezes chato, as vezes difícil, as vezes complicado , pra entrar no mundo dele onde eu posso sempre me renovar , me encher de esperança.
A verdade é que em alguns instantes supervalorizamos o banal , o passageiro, o que pensamos importar e não importa , e esquecemos que nada supera o amor .O amor puro, genuíno, pleno,infinito.Aquele pelo qual a vida de fato vale a pena .

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