A Paixão e amor são maravilhosos.A " doença " não.Ame , se apaixone, mas reze pra não adoecer.
Quem já ficou "doente" por alguém sabe como se processa essa sensação , cujo começo , meio e fim são extremamente penosos.
Um coquetel a base de obsessão, posse e muita paranóia. .Primeiro atingindo a alma , depois irradiando pro físico que é acometido de um esgotamento, um cansaço, virando do avesso ,até que outras doenças psicossomáticas se instalem.
A "doença" pelo outro torna-se uma arma engatilhada para todas as direções :Família, amigos, o próprio " doente " , e quem é vítima dele.Todos parecem "adoecer " também, os desentendimentos viram lugar comum, as mágoas se acomodam em posição de destaque,a raiva se instala e remove qualquer tentativa de entendimento.
A capacidade de detectar é rara e de compreender , menor ainda.Aos olhos do mundo é mais conveniente chamar de "loucura " ;o que o próprio " doente" tem dificuldade em entender.
Se a paixão cega, a doença arranca seus olhos, a capacidade de raciocínio, o bom senso e equilíbrio .Enquanto o amor põe pra cima ;a doença arrasta para as profundezas de um poço que parece não ter fim.Para cada ato impensado, um preço a pagar.A cada impulso cedido ,uma esmola que sustenta o vício pelo outro.
A paixão trabalha com a química que tudo atrai ,o amor fortalece as laços afetivos , a " doença " é o avesso de tudo porque afasta e arrasta cada vez mais longe quem, parece essencial ( e não é). E qualquer um vai se enganar pensando que provoca algo de bom estando acometido desse mal.Doentes pelo outro, demoram a aceitar sua condição e tentam voar sobre os próprios passos ,que são lentos
Lembro que ouvi em algum lugar " que toda obsessão só encontra cura em um acontecimento raro ,inesperado , ou numa dor que ultrapasse os limites de toda dor já sentida ".Eis o antídoto....talvez o único.
A " doença " atinge qualquer vestígio de racionalização em você e faz brilhar somente o egoísmo típico de quem não aceita a perder.Destrói a capacidade de construir porque se alimenta de sonhos que jamais deixarão o andar das idealizações, da utopia pura.
Mas esse , como tantos males, têm solução.Uma cura que começa na aceitação de estar " doente", se define a consciência do não amor, da não paixão, e continua na força de vontade , na ação,no amor próprio, no desejo profundo , na fé, na coragem de pedir socorro, até a aceitação enfim, de que o encontro com satisfação jamais esteve por trás de uma conquista por alguém....A conquista mais importante ;fundamental para todas as coisas ( inclusive pela conquista do outro ) sempre é a de sí mesmo.